Visitar as árvores e descobrir-lhes os nomes.

Reúno-me com o todo, com os sons dos disparos dos caçadores ao longe, com os granitos que dormem recostados uns nos outros. O silêncio e o ruído percorrem o espaço. Esta reunião é diálogo, intervenção e também consentimento e compreensão.

Visitar a natureza, visitar as árvores e descobrir-lhes os nomes.  Conhecer o chão em que se multiplica o musgo e saber que há uns meses o mesmo não era tão verde e húmido. Visitar é querer reunir, dialogar e estar.

Proximidade-Cumplicidade-Integração

Tudo está já ali, à espera. Pela primeira vez interiorizei o que era um carvalho-negral (Quercus Pyrenaica) ou um castanheiro (Castanea Sativa).

Querer conhecer é aceitar o que existe. A interiorização é também abertura.

Trato de encontrar uma forma de partilhar à comunidade, o que é partilhado comigo seja pela visita que faço às coisas seja pelo encontro e descoberta com indivíduos que refletem o mesmo interesse.

Este conhecimento alargou-se noutros lugares por onde passei, e pelas pessoas que conheci.

Notei um vale onde predomina a exploração agrícola do território inclusive a exploração das indústrias madeireiras (de Pinho e Eucalipto) com forte impacto no meio ambiente e na própria paisagem resultantes destas políticas no território.

Hei de explorar melhor esta paisagem e este solo, acredito não se tratar de um território unicamente explorado, mas sim um território que ainda tem voz, que nos quer mostrar um futuro, possibilidades. As coisas retêm em si conhecimento.

Marco Pestana
Lisboa, 04 de março de 2019