Ana Monteiro

bio
Ana Monteiro é doutoranda em Estudos Artísticos pela Universidade Nova de Lisboa, bolseira FCT (2015-2019). Desenvolve uma investigação em dança, coreografia e decolonialidade em Buenos Aires, Argentina.  De 2010 a 2012, gradua-se no programa de mestrado MA SODA (Solo, Dance, Authorship) pela HZT- Centro Inter-universitário de Dança em Berlim / UDK-Universitat der Kunste Berlin, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2009 ao abrigo do programa INOV-Art, realiza um estágio/residência no Bétonsalon – Centre d ́Art et de Recherche em Paris, onde desenvolve trabalho de arte enquanto prática social com a comunidade do XIII arrondissement.

Colaborou em projetos de cariz comunitário com as estruturas: Tűzraktér (Budapeste), Paf-Performing Arts Forum (St. Erme), Tanzscout (Berlim), Artincidence (Fort-de-France) e Siembra Decolonial (Buenos Aires). Aborda a coreografia enquanto prática expandida e as suas proposições artísticas consistem em: performances, práticas especulativas, caminhadas, oficinas, remakes, vídeos, procurando desafiar noções fixas de dança, coreografia e performance. Estas atividades têm-se desenvolvido entre a Europa ( Portugal, França, Alemanha, Estónia, Itália etc.) e a América (México, Uruguai, Argentina, Santiago do Chile, Bolívia e Martinica). O principal foco do seu trabalho é a ativação de espaços para a integração do pensamento crítico com os movimentos das corporalidades.

Oficina-performance Danças deCooloniais – Movimentos e Comunidades

Esta proposta foi elaborada no contexto da quarentena Covid-19 e apoiado pelo fundo de  Emergência de Apoio às Artes do Ministério da Cultura português. A oficina-performance Danças deCooloniais – Movimentos e Comunidades, constitui-se como uma proposta híbrida e transdisciplinar, entre a criação artística, a investigação coreográfica e as práticas sociais, construída a partir do pensamento crítico contemporâneo. A pesquisa que realizei sobre as relações entre estética e política através da lente coreográfica, gatilhada a partir da perceção da crise nas formas de vida contemporâneas, levou-me à necessidade da criação e pesquisa de dispositivos de encontro e experimentação entre e com corporalidades diversas, levando em conta as diferenças (coloniais) de raça, género e classe. A fragmentação social provocada pelas formas de vida engendradas pelo chamado capitalismo tardio e cognitivo implicam, muitas vezes, sedentarismo excessivo e o encorajamento ao individualismo, que podem levar à obturação das capacidades sensíveis, afetivas e empáticas que se manifestam através do encontro entre as corporalidades e suas capacidades de movimento e mobilização. Este panorama, é agora agudizado pela atual situação de pandemia global, contexto no qual, o isolamento e distanciamento social são inevitáveis. Mais do que nunca, após este pico da crise sistémica na qual vivemos, tornar-se-á necessário e urgente, não apenas repensar, mas colocar em movimento experiências e experimentações, que nos permitam considerar e ir encarnando outras configurações do comum. É aqui que, no nosso entender, as práticas artísticas, e em particular as artes do movimento, oferecem uma constelação de ferramentas: das práticas somáticas, aos jogos coreográficos, à criação de (contra) dispositivos, até a diversas formas de improvisação, que podem ser colocadas ao serviço da transformação social, facilitando o recondicionamento de subjetividades a partir do entrelaçamento das práticas do corpo com o pensamento crítico.

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Oficina-performance Danças deCooloniais – Movimentos e Comunidades